Entidades realizam mobilização nacional contra falta de medicação para pacientes com HIV
Entidades realizam mobilização nacional contra falta de medicação para pacientes com HIV
Entidades que representam pacientes vivendo com HIV de todo o país estão mobilizando um ato nacional para esta sexta-feira (21) contra a possibilidade de desabastecimento da Lamivudina 150mg, anunciada pelo próprio Ministério da Saúde (MS) através de uma circular no início do mês.
Segundo o órgão federal, o medicamento, utilizado em diferentes esquemas de tratamento antirretroviral, deverá ser dispersado nas farmácias da rede de atenção para um período de 30 dias - não mais de 90 dias -, até a normalização dos estoques.
A diminuição no número de lotes disponíveis passou a ser percebida a partir de setembro, quando novas estratégias de tratamento passaram a ser adotados. O possível desabastecimento tem causado preocupação entre os representantes.
De acordo com Moysés Toniolo, coordenador de direitos humanos da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids e representante da Articulação Nacional de Luta Contra a Aids no Conselho Nacional de Saúde (CNS), apesar de ainda não ter se concretizado, o cenário é previsto para daqui a dois ou três meses.
Há a possibilidade de que o remédio, na apresentação citada, seja retirado do protocolo clínico. "A gente vai ver ainda o que vai acontecer com ele aqui no Brasil", explicou Moysés.
Entidades que representam pacientes vivendo com HIV de todo o país estão mobilizando um ato nacional para esta sexta-feira (21) contra a possibilidade de desabastecimento da Lamivudina 150mg, anunciada pelo próprio Ministério da Saúde (MS) através de uma circular no início do mês.
Segundo o órgão federal, o medicamento, utilizado em diferentes esquemas de tratamento antirretroviral, deverá ser dispersado nas farmácias da rede de atenção para um período de 30 dias - não mais de 90 dias -, até a normalização dos estoques.
A diminuição no número de lotes disponíveis passou a ser percebida a partir de setembro, quando novas estratégias de tratamento passaram a ser adotados. O possível desabastecimento tem causado preocupação entre os representantes.
De acordo com Moysés Toniolo, coordenador de direitos humanos da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids e representante da Articulação Nacional de Luta Contra a Aids no Conselho Nacional de Saúde (CNS), apesar de ainda não ter se concretizado, o cenário é previsto para daqui a dois ou três meses.
Há a possibilidade de que o remédio, na apresentação citada, seja retirado do protocolo clínico. "A gente vai ver ainda o que vai acontecer com ele aqui no Brasil", explicou Moysés.
Além da preocupação com o desabastecimento, as entidades também estão receosas com o corte de R$ 407 milhões, correspondente a 17,4% do orçamento destinado a área de HIV/Aids, atingindo diretamente uma linha de financiamento específico para compra de medicamentos.
Moysés disse ainda ter medo de que o recurso diminuto afete a compra de outros remédios, de um rol de mais de duas dezenas de composições disponibilizadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como o Dolutegravir, o Darunavir e o Ritonavir.
"Existe uma apreensão geral. Quando a notícia se espalha de que vai faltar medicamento, todo mundo acha que pode ser o seu, entendeu?", argumentou o ativista, sugerindo a necessidade de que a medida de racionamento seja esclarecida.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que, no momento, não há registros de desabastecimento nos equipamentos de saúde responsáveis pela distribuição dos antivirais. Entre janeiro e setembro deste ano, 135.377 unidades foram dispensadas em toda a rede.
Médica do Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (Cedap) e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Fabianna Bahia explica que o novo cenário de terapias - onde a Lamivudina está sendo muito utilizada, isoladamente ou associada a outros antivirais - não acompanha o quantitativo disponibilizado pelo Ministério da Saúde.
"Então, assim, é lógico que não é bom a gente passar por essas fases de desabastecimento. Eu compreendo que no momento a justificativa é essa. Espero realmente que o governo, que as lideranças, realmente providenciem a medicação para que o tratamento antirretroviral não seja interrompido", especificou a infectologista.
A alternativa, caso o estoque não seja reestabelecido, seria a otimização dos tratamentos, a troca da medicação ou o ajuste da terapia combinada. O mesmo procedimento é feito caso haja algum motivo clínico que não permita o uso de fármacos. "Mas a gente torce muito pra que isso não aconteça", concluiu a profissional.
No último dia 10, a Fiocruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), entregou ao Ministério todo o quantitativo de Lamivudina 150 mg solicitado para este ano.
Ao todo, foram entregues 10.500.000 unidades. Duas novas remessas emergenciais foram solicitadas. Somados, os dois montantes totalizam 17.385.000. A Fiocruz se comprometeu em antecipar a produção para que o tratamento de pacientes que vivem com HIV seja garantido.
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