11 de Agosto, dia do Advogado, boa data para discutir sem partidarismo os grandes temas nacionais

11 de Agosto, dia do Advogado, boa data para discutir sem partidarismo os grandes temas nacionais

Ao aproximar-se o 11 de Agosto, a Ordem dos Advogados do Brasil e suas Secionais, em nome da verdadeira advocacia, devem se consolidar como vozes da sociedade civil brasileira.

 

Em agosto, quando se comemora o Dia do Advogado, merece destaque a necessidade de compreensão dos postulados filosóficos e históricos do ensino jurídico que apenas procuram relacionar Direito à segurança jurídica, uma espécie de positivismo ou idealismo que não possibilita abrir qualquer espaço para uma pedagogia que fomente um agir social e profissional ético-virtuoso; que não busca o império do justo do caso concreto e a vivência da prudência jurídica; que não afirma as exigências práticas do Direito e o primado de sua indisponibilidade deôntica. É preciso voltar a ensinar a razão do Direito e da Justiça.

 

Infeliz a Nação que se divide entre nós e eles, brancos e negros, homos e héteros, ricos e pobres, empregados e empregadores, direita e esquerda, fazendo com que os maiores valores nacionais sejam deixados de lado em prol de interesses particulares, político-partidários, de castas, de privilégios. Tudo serve de roupagem para que os camaleões aparentem o ainda “hipocritamente correto”, sem reconhecer que a pessoa humana que está ao seu lado é um irmão, não um inimigo.

 

Ao verificar que parte do próprio STF – Supremo Tribunal Federal, instituição nobre, porto seguro dos nossos direitos fundamentais, e que historicamente sempre respondeu às necessidades e aos anseios do nosso povo, na qualidade de guardião primeiro da Constituição Federal, às vezes maltrata a própria Constituição, como quando negou a expressa presunção de inocência e o direito à vida de uma criança, até o terceiro mês de gestação, no ventre de sua própria mãe (não é demais lembrar que o nascituro é um ser humano, não uma coisa, um animal), penso que a turbulência em nossa sociedade é maior do que se imagina.

 

De outra parte, há quem confunda estado laico com estado ateu, portando bandeiras persecutórias das religiões diversas que abrigam o povo brasileiro. O que acontece ao nosso País? Qual é o grau máximo de hipocrisia que a população brasileira está disposta a aguentar, em face dos detentores dos mais variados poderes e discursos, com base em um suposto direito posto? Direito de quem? Qual racionalidade?

 

Para defesa da verdadeira cidadania e da dignidade humana, na busca de recuperar-se um mínimo de dignidade pública e social, há que se reconhecer a existência de verdades e de valores absolutos, irrenunciáveis por todos, de todas as classes e poderes, pois verdades e valores foram destruídos cuidadosamente pelas filosofias, corporações, facções, seitas e vários partidos de plantão dos últimos anos, os quais, deixando o povo sem pão, montaram e ainda montam circos em praças públicas. 

 

Ao aproximar-se o 11 de Agosto, a Ordem dos Advogados do Brasil e suas Secionais, em nome da verdadeira advocacia, devem se consolidar como vozes da sociedade civil brasileira, dispostas a discutir os grandes e verdadeiramente importantes temas nacionais, sem partidarismos, privilégios ou defesa de castas, na busca de uma sociedade mais justa, hoje o maior anseio de todo cidadão de bem.

 

Por:

Adib Kassouf Sad

Advogado, secretário-geral da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo. É membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas. Foi conselheiro secional e presidente da Comissão de Direito Administrativo da OAB SP.